Estamos no caminho em direção da Páscoa. É um trajeto de muitas provas e de tentações, mas também de fidelidade a algum objetivo claro que deve transparecer aos olhos do mundo. O principal é a construção de uma cultura de fraternidade, apostando nos princípios reais da justiça.
O caminho da solidariedade supõe denúncia de tudo aquilo que ameaça e viola a dignidade e os direitos individuais justos. O que deve estar em jogo é o respeito pela vida de todas as pessoas. Vida feliz, com todas as condições para sua dignidade e realização.
A pessoa transfigurada na sua fé normalmente é comprometida com a prática da transformação. É a perspectiva da mudança de uma sociedade egoísta para uma cultura de fraternidade, de passagem da morte para a vida.
Muitas pessoas têm rostos desfigurados, consequência da miséria, da desigualdade e da exclusão. Mas isto precisa ser transformado em vida nova, no sentido da Páscoa, como passagem para condições mais saudáveis.
A aparência externa pode, às vezes, revelar a identidade interior. Na nova cultura é fundamental uma mudança na política, na econômica, na cultural e na prática religiosa, uma mudança radical para nos identificarmos com o Deus da vida.
O ideal da Campanha da Fraternidade é possibilitar a transfiguração daqueles que vivem desfigurados, não podendo participar da fraternidade e liberdade dos filhos de Deus. Para isto, temos que superar a cultura de ilusão e de irresponsabilidade, numa economia que não favorece as pessoas.
O mundo precisa assumir com determinação o sofrimento das pessoas que são pisadas e oprimidas pela nova cultura, colocando a economia a serviço da vida, direcionando com critério os bens da natureza que são destinados para a realização de todos.
Não podemos deixar que o nosso fim seja a perdição, o nosso deus seja o ventre, a nossa glória seja o que é vergonhoso. Como consequência disto, o nosso fim poderá ser a perdição, nos dizeres da Carta de Paulo aos Filipenses. O importante é estar firmes no Senhor como orienta a Quaresma.
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