BELO HORIZONTE, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- “É incontestável que o balizamento moral de que a economia precisa está, de modo abundante e fundamentado, nas propostas e princípios da fé cristã”, afirma o arcebispo de Belo Horizonte (Brasil), Dom Walmor Oliveira de Azevedo.
A fé cristã é “sustentáculo da cultura da sociedade brasileira, e precisa ser levada em conta de modo sério para ajudar a superar os desafios e equívocos que cotidianamente ocorrem em nossa sociedade”, destaca o arcebispo, em artigo enviado a ZENIT nesta sexta-feira. No texto, o prelado comenta a Campanha da Fraternidade da Igreja no Brasil, que, na edição ecumênica de 2010, discute o tema “Economia e vida”.
“A fé cristã, alimentando um processo de permanente conversão pessoal na ‘pertença’ eclesial e confessional, tem força e tarefa de impulsionar a mudança estrutural para que a economia esteja a serviço da vida”, afirma.
Dom Walmor recorda o objetivo geral da Campanha da Fraternidade: “colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura e da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em uma sociedade sem exclusão”.
Segundo o arcebispo, “isso se fará concretamente com o crescimento da sensibilização indispensável na valorização de cada pessoa, na superação do consumismo, na criação de laços que sedimentem uma convivência mais próxima, superando os individualismos inócuos, fomentando a prática da justiça e convencendo a todos a respeito das responsabilidades de cada um diante dos problemas decorrentes da vida econômica”.
“Ao pensar Economia e a Vida com a iluminação do dizer orientador e educativo de Jesus aos seus discípulos, no clássico Sermão da Montanha, ‘Não podeis servir a Deus e ao dinheiro’ (Mt 6,24), toca-se em aspectos e temáticas que têm a ver com o cotidiano de todos.”
“A moldura dessa proposta convocatória é o caminho penitencial do tempo da Quaresma, iniciado na Quarta-feira de Cinzas e que se estende até a celebração da Páscoa”, recorda o arcebispo.
O tempo da Quaresma – prossegue Dom Walmor –, “quarenta dias, é uma pedagogia de Deus na vivência da fé para iluminar a vida de todos, tocando os recônditos da consciência moral de cada um - chama que apagada compromete tudo - para alavancar uma conduta marcada por princípios éticos e morais com força de sustentação, equilíbrio, correção e conquistas”.
“Tudo começa e se mantém com a escuta do profeta Joel 2,13: ‘Voltai para o Senhor, vosso Deus’ e pela convocação do apóstolo Paulo: ‘Deixai-vos reconciliar com Deus’ (II Cor 5,20)”, afirma o arcebispo.
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