Papa aos brasileiros: É preciso se libertar da escravidão do dinheiro

Cidade do Vaticano, 18 fev (RV) – O santo Padre enviou ao Presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, mensagem por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010. Ao Venerado Irmão D. Geraldo Lyrio RochaPresidente da CNBB e Arcebispo de Mariana (MG) Com a quarta-feira de cinzas, volta aquele tempo favorável de salvação, que é a Quaresma, com seu apelo insistente: "Reconciliai-vos com Deus" (2Cor 6,2); brado este, que deve ressoar nos lábios daqueles que anunciam a Palavra de Deus: "Encarregarei os meus ministros de anunciar aos pecadores que estou sempre pronto a recebê-los, que a minha misericórdia é infinita" (Carta para a proclamação de um Ano Sacerdotal, 16/VI/2009). Estes sentimentos divinos foi confiado ao Santo Cura d'Ars, que, no seu tempo, soube transformar o coração e a vida de muitas pessoas, porque conseguiu fazer-lhes sentir o amor misericordioso do Senhor. Eu desejo o mesmo sucesso às Igrejas e Comunidades Eclesiais no Brasil que, este ano, decidiram unir seus esforços para reconciliar as pessoas com Deus, ajudando-lhes a libertarem-se da escravidão do dinheiro. É que, como lembra a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010 – citando palavras de Jesus -, "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro". Alegrando-me com tal propósito de conversão, recordo que a escravidão ao dinheiro e a injustiça "tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa convivência com o mal" (Mensagem para a Quaresma 2010, 30/X/2009). Por isso, encorajo-vos a preservar no testemunho do amor de Deus, do Filho de Deus que se fez homem, do amor agraciado com a vida de Deus, do único bem que pode saciar o coração da gente, pois, "mais do que de pão, [o homem] de fato precisa de Deus" (Ibid). Conseguireis assim, fazer frente ao "deserto interior" de que falei no início do meu ministério petrino, convidando a Igreja, no seu conjunto, a "pôr-se a caminho, para conduzir as pessoas fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude. (...) Nós existimos para mostrar Deus aos homens. E só onde se vê Deus, começa verdadeiramente a vida" (Homilia, 24/IV/2005). Se "a boca fala daquilo que o coração está cheio" (Mt 12, 34), podeis conhecer vosso coração a partir das vossas palavras. "Reconciliai-vos com Deus", de modo que as vossas palavras sirvam sobretudo para falar de Deus e a Deus. Implorando as maiores bênçãos de Deus sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010, aproveito a ocasião para enviar aos meus irmãos e amigos do Brasil cordiais saudações com votos de todo bem em Jesus Cristo, único Salvador de todos!

Vaticano, 8 de fevereiro de 2010

Benedictus XVI

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