Durante a audiência – que contou com a presença também de membros do diretório nacional da União Cristã de Empresários Dirigentes (UCID) e do arcebispo emérito de Palermo (Itália), cardeal Salvatore De Giorgi, cônsul eclesiástico da associação – o Papa fez referência à atual crise econômica, destacando a necessidade de “remeter ao centro da ação do homem sua capacidade de produzir, de inovar, de pensar e construir o futuro”.
Lembrando o conteúdo de sua encíclica “Caritas in Veritate”, o Papa falou da importância de se desenvolver uma “consciência a respeito da responsabilidade social mais ampla da empresa, que a leve a considerar de forma justa as expectativas e necessidades dos trabalhadores, dos clientes, fornecedores e de toda a comunidade, e de dar atenção particular ao meio ambiente”.
“Deste modo, a produção de bens e serviços não estará destinada exclusivamente à busca do lucro, mas também à promoção do bem de todos”, acrescentou.
O Pontífice expressou ainda seu apreço pelo empenho da entidade em proteger o ambiente por meio de uma gestão sustentável dos recursos naturais, de uma redução dos impactos ambientais e pelo respeito à criação.
A este propósito, em sua saudação dirigida ao Papa, o presidente da ACEA, Giancarlo Cremonesi, assegurou um “renovado empenho” da organização pela promoção do “respeito ao meio ambiente” e dos “princípios da economia energética e do desenvolvimento sustentável”, conforme acenou o Papa em sua mensagem para a Jornada Mundial da Paz 2010.
“Distribuir água e energia a todos” – afirmou Cremonesi – “significou e continua a significar para nós garantir a vida, a igualdade de direitos, desenvolvimento humano”.
Bento XVI manifestou ainda sua satisfação com o fato da ACEA ter iniciado um projeto de colaboração com a Fundação João Paulo II, cujo objetivo é atender às urgentes necessidades de água e de energia de alguns países em desenvolvimento.
O Santo Padre falou da importância de se favorecer uma concepção de “ecologia humana”, capaz também “de levar em consideração os ambientes de trabalho e de relacionamento interpessoais dignos do homem”, mencionando os efeitos de uma “cultura que exaspera o conceito de indivíduo”.
“Frequentemente se vive fechado em si mesmo e em seus próprios problemas, distraído por tantas preocupações que acabam por tornar o homem incapaz de colher as alegrias simples da vida em comunhão”.
“A custódia da criação, tarefa confiada à humanidade pelo Criador, implica também na custódia dos sentimentos de bondade, generosidade, retidão e honestidade que Deus colocou no coração de cada ser humano, criado à sua ‘imagem e semelhança’”, concluiu o Papa.
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