Vaticano, 06 Jun. 14 / 12:08 pm (ACI/EWTN Noticias).-
Durante a Missa celebrada hoje na Casa Santa Marta, o Papa Francisco exortou aos fiéis a ingressarem na Igreja
por amor, com todo o coração, e não para aproveitar-se dela fazendo
“negócios em seu benefício”, porque a Igreja “não é uma casa de
aluguel”, mas uma casa na qual viver, “como uma verdadeira mãe”.
Em sua homilia, o Santo Padre advertiu que há três tipos de pessoas que
fingem chamar-se de cristãos: aqueles que querem a “uniformidade”, os
que buscam as “alternativas” e os que procuram as “vantagens”. Para
estes, observou, “a Igreja não é sua casa”, mas uma espécie de bem de
“aluguel” do qual tirar proveito.
Segundo a nota da Rádio Vaticano, o Papa recordou que Jesus pede ao Pai
que entre seus discípulos “não haja divisões nem brigas”. “Tantos dizem
que estão na Igreja”, mas “estão com um pé dentro” e com o outro ainda
fora, reservando-a “possibilidade de estar em dois lugares, ‘dentro e
fora’”. “Para esta gente a Igreja não é a sua casa, não a sentem como
própria. Para eles é um aluguel”, expressou.
Francisco disse que no primeiro grupo estão “aqueles que querem que
todos sejam iguais na Igreja”. “Martirizando um pouco a língua italiana”
– brincou Francisco –poderíamos defini-los que se “uniformizam”.
“A uniformidade. A rigidez. São rígidos! Não têm essa liberdade que dá o
Espírito Santo. E criam confusão entre o que Jesus pregou no Evangelho
com sua doutrina, com sua doutrina de igualdade. E Jesus jamais quis que
sua Igreja fora tão rígida. Jamais. E estes, por tal atitude, não
entram na Igreja. dizem-se cristãos, dizem-se católicos, mas sua atitude
rígida os afasta da Igreja”.
O outro grupo é feito daqueles que sempre têm uma ideia própria, “que
não querem que seja a da Igreja, têm uma ideia alternativa”. Eles são os
“alternativos”.
“Eu entro na Igreja, mas com tal ideia, com esta ideologia. E assim sua
pertença à Igreja é parcial. Também estes têm um pé fora da Igreja.
Também para estes a Igreja não é sua casa, não é própria. Em um
determinado momento vivem de aluguel na Igreja”.
E o terceiro grupo é o daqueles que “se dizem cristãos, mas que não
entram com o coração na Igreja”. São os “que tiram proveito”, aqueles
que “procuram as vantagens, e vão à Igreja, mas buscando a vantagem
pessoal, e terminam fazendo negócios na Igreja”.
“Os especuladores. Conhecemo-los bem! Mas desde o começo estavam.
Pensemos em Simão o Mago, pensemos em Ananias e Safira. Estes se
aproveitavam da Igreja para sua própria vantagem”.
“E os vemos nas comunidades paroquiais ou diocesanas, nas congregações
religiosas, em alguns benfeitores da Igreja, tantos... pavoneiam-se de
ser precisamente benfeitores e ao final, por baixo da mesa, faziam seus
negócios. E estes tampouco sentem a Igreja como mãe, como própria. E
Jesus diz: ‘Não! A Igreja não é rígida (...) a Igreja é livre!’”,
expressou Francisco.
Na Igreja “há tantos carismas, há uma grande diversidade de pessoas e de
dons do Espírito”. Cristo nos diz, “se você quer entrar na Igreja, que
seja por amor”, para dar “todo seu coração e não para fazer negócios em
seu benefício”. A Igreja “não é uma casa de aluguel”, a Igreja “é uma
casa para viver”, “como mãe própria”.
“Que o Senhor nos envie ao Espírito Santo e que crie esta harmonia em
nossas comunidades, comunidades paroquiais, diocesanas, comunidades dos
movimentos. Que seja o Espírito que realize esta harmonia, porque como
dizia um Padre da Igreja: O Espírito, Ele mesmo, é a harmonia”,
concluiu.
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