No início do último mês de novembro, a Associação Mundial de
Psiquiatria divulgou um documento em que afirma que religião e
espiritualidade têm impacto relevante no tratamento e na prevenção de
doenças mentais. Por outro lado, a falta de espiritualidade ou visões
fanáticas de espiritualidade e religião podem piorar os quadros
depressivos e aumentar o risco tanto de transtornos mentais quanto de
abuso de drogas.
Para chegar a esta conclusão, a Associação analisou mais de 3.000
estudos sobre a relação entre espiritualidade e saúde mental. Os
resultados indicam que a qualidade de vida e a sociabilidade melhoram
com a prática espiritual e religiosa, combatendo o estresse causado por
perdas, a depressão e a tendência suicida, além de ajudar na recuperação
de pessoas que tentaram o suicídio.
Há dois anos, a publicação de outra pesquisa ajudou a ciência a
entender um pouco melhor a influência espiritual na espessura do córtex,
que é a membrana que reveste o cérebro: quando o córtex é mais fino,
maiores são chances de se desenvolver a depressão; e quanto mais se
nutre a religiosidade e a espiritualidade, mais espesso tende a ser o
córtex, diminuindo, por conseguinte, o risco de depressão. A pesquisa
foi feita na Universidade Columbia, dos Estados Unidos, e publicada no
periódico JAMA Psychiatry.
Estudos anteriores já tinham indicado que, nas pessoas com histórico
familiar de depressão, a espiritualidade reduz em até 90% o risco de
desenvolver o transtorno. Os autores da pesquisa publicada em 2013
focaram em estudar de que forma a religiosidade se relaciona com a
redução da depressão.
Durante cinco anos, eles analisaram 103 pessoas de 18 a 54 anos, das
quais uma parte tinha predisposição genética para a depressão. Foi
avaliada, nos 103 voluntários, a importância da religião e a frequência a
templos e igrejas, além de serem feitos exames de ressonância magnética
para verificar a anatomia cerebral. Os pesquisadores observaram que os
participantes que davam mais importância a questões espirituais possuíam
um córtex mais espesso em algumas áreas do cérebro. A associação entre
religiosidade e espessura do córtex foi confirmada em todos os
participantes, mas foi mais forte entre aqueles que tinham histórico de
depressão na família.
Por Aleteia
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