BRASILIA, 11 Fev. 16 / 01:34 pm (ACI).-
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Arcebipo da capital brasileira, Dom Sérgio da Rocha, voltou a afirmar a posição contrária ao aborto de bebês com microcefalia e a favor da valorização da vida,
frente às propostas de descriminalização do aborto por conta da
malformação que poderia ser causada pela epidemia de Zika vírus.
“O aborto não é resposta para o vírus Zika, nós precisamos valorizar a
vida em qualquer situação ou condição que ela esteja”, disse o Prelado
na quarta-feira, 10, durante o lançamento da Campanha da Fraternidade
2016, em Brasília, conforme assinalou o site da Agência Brasil.
Na última sexta-feira, 5, o comissário das Nações Unidas para os
Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, recomendou que os governos de
países com registros de Zika flexibilizem as leis a fim de autorizar o
aborto nos casos de microcefalia.
Ontem, ao refutar tal proposta, o Arcebispo de Brasília ressaltou que
“menos qualidade de vida não significa menor direito a viver ou menos
dignidade humana”.
Neste ano, a Campanha da Fraternidade tem como tema “Casa comum, nossa
responsabilidade” e lema “Quero ver o direito brotar como fonte e a
justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24), com foco na questão do
saneamento básico.
Dom Sérgio destacou que “a falta de saneamento básico está ligada à
proliferação do mosquito (Aedes Aegypti, transmissor de Zika, dengue e
chikungunya)”.
“Infelizmente, a nossa casa comum está sendo assolada pelo mosquito
transmissor de doenças e nossa família comum está sofrendo e morrendo
por causa das enfermidades”, acrescentou.
O presidente da CNBB afirmou ser necessário um trabalho “sério e
continuado” do poder público, que não se limite a abordar o assunto em
um “momento de emergência”. Para ele, o combate ao Zika vírus deve ser
feito ao mesmo tempo que a outras enfermidades causadas pelo mosquito
Aedes Aegypti.
“E que isso seja feito mobilizando a população com medidas preventivas e
campanhas educativas, mas sobretudo com o empenho do poder público”,
completou.
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