Fonte: http://noticiascatolicas.com.br
Está acontecendo em Aparecida a 54ª Assembleia Geral Ordinária da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na qual estou presente
com os outros irmãos no episcopado, demonstrando a nossa comunhão
eclesial efetiva e afetiva, tratando dos assuntos mais importantes para a
Igreja no Brasil. Peço as orações de todos, pois é interesse de todos
que os seus pastores os guiem bem.
A Assembleia desse ano, entre muitos outros assuntos, tem como tema
central “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da
terra e luz do mundo (cf. Mt 5, 13-14). Os Bispos se dirigem a vocês,
cristãos leigos e leigas, agradecidos “pelo testemunho de sua fé, pelo
amor e dedicação à Igreja e pelo entusiasmo com que vocês se doam ao
nosso povo e às nossas comunidades, até ao sacrifício de si, de suas
famílias e de suas atividades profissionais”. Lembramos que foi ao leigo
Francisco de Assis que o Cristo Crucificado ordenou: “Vai e reconstrói a
minha Igreja”. Temos firme esperança de que os leigos e leigas darão
grande contribuição à renovação da Igreja de Cristo e sua atuação no
mundo.
O documento conciliar sobre o apostolado dos leigos, “Apostolicam
Actuositatem”, dirige-se aos fiéis leigos, lembrando as suas “funções,
próprias e inteiramente necessárias na missão da Igreja… O apostolado
dos leigos, uma vez que dimana da sua própria vocação cristã, jamais
pode deixar de existir na Igreja. A própria Sagrada Escritura demonstra
abundantemente quão espontânea e fecunda foi tal atividade nos
primórdios da Igreja. Ora os nossos tempos exigem não menor zelo dos
leigos; pelo contrário, as circunstâncias atuais reclamam da parte
destes um apostolado mais fecundo e absolutamente mais vasto…”. Nas
relações com a hierarquia, o documento do Concílio explica que
“encontram-se na Igreja muitas iniciativas apostólicas criadas por livre
escolha dos leigos e dirigidas pelo seu critério prudente… Mas nenhuma
iniciativa se atribua o nome de católica, sem que lhe advenha o
consentimento da legítima autoridade eclesiástica…”. “A hierarquia
confia aos leigos algumas funções que estão mais intimamente ligadas aos
deveres dos pastores, como no ensino da doutrina cristã, nalguns atos
litúrgicos e na cura de almas…”.
S. João Paulo II, na Exortação “Christifideles Laici”, ensina: “a
vocação dos fiéis leigos à santidade comporta que a vida segundo o
Espírito se exprima de forma peculiar na sua inserção nas realidades
temporais e na sua participação nas atividades terrenas”. Insiste, como o
faz agora o Papa Francisco: “Os fiéis leigos não podem absolutamente
abdicar da participação na política, ou seja, da múltipla e variada ação
econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a
promover orgânica e institucionalmente o bem comum… que compreende o
conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos,
famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria
perfeição. A Igreja louva o trabalho de quantos se dedicam ao bem da
nação e tomam sobre si o peso de tal cargo, a serviço dos homens”.
Por Dom Fernando Arêas Rifan – Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
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