Número de fiéis

Jesus escolheu os doze apóstolos e outros discípulos. Mandou-os evangelizar e fazer o bem a todos, para dar oportunidade a cada um de fazer parte de seu Reino, já aqui na terra e na eternidade: “Crescia sempre mais o número dos que aderiam ao Senhor pela fé; era uma multidão de homens e mulheres” (Atos 5, 14). Aliás, antes de ascensão ao céu, Jesus exortou seus discípulos: “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos” (Mateus, 28, 19).

Tornar-se discípulo é fazer o que o Mestre ensina e ordena. Não basta somente inscrever-se como discípulo. É necessário realizar a vontade do Senhor. Para isso, é preciso haver conversão pessoal e assumir o discipulado, com a aprendizagem das orientações do ensinante, bem como responsabilizar-se pela missão dada por Cristo. Isto significa a necessidade do exemplo de vida e de saber ensinar aos outros os valores e critérios do Evangelho. No modo de ensinar pode haver mais ou menos facilidade de aceitação pelos outros. Muitos se agradam de um ensino sem coerência com a prática da fé. Outros têm o bom conteúdo mas não o sabem transmitir para a compreensão e o agrado suficiente, obtendo aceitação por parte dos outros. Às vezes nos falta melhorar esta parte para sermos bem aceitos. Não raro queremos assumir a fé somente para nossa melhor intimidade pessoal com Deus, sem transmitir aos outros o que recebemos do conteúdo da mesma.

O aumento ou diminuição dos discípulos depende de nossa capacidade e boa vontade para assumir o seguimento do Senhor e a missão que Ele nos dá de levar aos outros a Boa-Nova que liberta e dá vida. Muitos precisam de acordar para a missão. Quem assume o batismo de verdade, também assume a missão de testemunhar e levar a verdade de Jesus aos outros. A ação missionária é uma graça vivida por quem realmente é esclarecido na fé. Hoje precisamos muito de boa formação na fé para seguirmos a pessoa do Mestre e termos os efeitos de nossa religiosidade, levando aos outros o que vivenciamos do Evangelho.
Quem conhece, vive e leva a sério o ser cristão não tem medo de fazer frente aos contra-valores que o paganismo, em moda, quer impor à sociedade, através de todos os meios de influência. Precisamos também de penetrar nesses meios para aí apresentarmos os valores éticos, humanos e cristãos. Não podemos nos acomodar. Ao contrário, as forças do mal penetram e ganham posição, desumanizando a dignidade humana.

Em termos de “competição” religiosa, não podemos cair na tentação de combate e sim de diálogo ecumênico e interreligioso, vivendo e testemunhando autenticamente nossa fé, mas sabendo respeitar e valorizar o que realmente é de precioso nos outros. Unimo-nos em pontos comuns para ajudarmos a promover o bem da sociedade. Desta forma, assumimos o direito e o dever de evangelizar, sem o sentido de competição. Defendemos os valores humanos, éticos e morais da pessoa. Temos que fazer as pressões justas para a promoção do direito e da liberdade religiosa.

Dom José Alberto Moura

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