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A União dos Juristas Católicos de São Paulo (UJUCASP) prevê que após
as eleições, na eventualidade da reeleição da presidente Dilma Rousseff,
os brasileiros serão surpreendidos com uma nova portaria do Ministério
da Saúde regulamentando o aborto nos hospitais conveniados com o SUS.
A advertência foi realizada durante a reunião ordinária da entidade, que ocorreu na manhã de segunda-feira, 9.
Segundo o Dr. Ives Gandra Martins, presidente da entidade católica
que atualmente reúne 80 sócios entre desembargadores, juízes e
advogados, “não devemos nos iludir com a revogação da portaria 415 por
parte do Governo Federal, que pressionado pela má repercussão política
da medida, atuou em modo de evitar desgaste político eleitoral”.
Existem atualmente em trâmite no Congresso Legislativo cerca de seis
diferentes projetos de lei que visam regulamentar a matéria do aborto no
Brasil. Em parte, o efeito político negativo se deu porque a Portaria
415 do Ministério da Saúde foi baixada a revelia do debate que ocorre no
Legislativo. “Na eventualidade de ser veiculada nova portaria após as
eleições, os projetos em tramitação no Congresso Nacional simplesmente
perderão relevância em face do fato consumado, sem passar pelo
necessário debate público”, explicou o jurista.
Escolas e hospitais católicos correm risco de extermínio
Outro tema que foi levantado durante o encontro foi os efeitos do
Decreto 8.242, da presidente Dilma Rousseff, sobre as escolas,
universidades, hospitais e demais instituições privadas não lucrativas, e
que, pelo seu caráter assistencial, gozam do direito constitucional de
imunidade de taxas e impostos, tais como IPTU, IPI, ICMS e Imposto de
Renda.
Segundo os juristas, o decreto presidencial dificulta a aplicação
destes direitos constitucionais, colocando em risco a existência dessas
instituições que, sem essas imunidades tributárias, não conseguem
sobreviver. O resultado final é o prejuízo do bem-estar social da
população carente, maior beneficiária dos serviços prestados por essas
instituições que atuam, sobretudo, nos setores da educação e da saúde.
Segundo o Dr. Sergio Arcury, ex-presidente da Ação Paulista de
Estabelecimentos de Ensino Médio, cerca de 6 mil instituições de ensino
tiveram que fechar as suas portas, nos últimos anos, em todo o Brasil.
Além disso, quase todas as Santas Casas atualmente sobrevivem
subsidiadas pelos Governos Estaduais, já que o Governo Federal há 19
anos não atualiza os valores pagos pelo SUS pelos procedimentos
realizados nos hospitais conveniados. Significa dizer que as Santas
Casas de Misericórdia recebem hoje, por qualquer cirurgia que realizam, o
mesmo valor que recebiam há duas décadas.
Na visão dos juristas, O decreto 8.242 também atenta contra a
democracia, já que substitui o Congresso Nacional na edição de lei
complementar para definir os limites do gozo das imunidades tributárias.
(MR)
Fonte:
http://www.bibliacatolica.com.br/blog/outros/uniao-dos-juristas-catolicos-de-sao-paulo-adverte-teremos-surpresas-apos-as-eleicoes/#.U6gJKLGt9A4
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