A empresa social, um modelo para superar a crise

Fonte: Zenit
ROMA, 21 de Junho de 2010. – “A iniciativa empreendedora contribui para o bem comum quando coloca as relações interpessoais no centro. Foi que afirmou no programa “ONE-O-FIVE LIVE” da Rádio Vaticana o professor Luigino Bruni, docente de economia política junto à Universidade de Milão-Bicocca, professor do Instituto Universitário do Movimento dos Focolares em Loppiano e coordenador da Comissão Internacional “Economia de Comunhão”.

Neste sentido, o prof. Bruni acrescentou que uma das mais importantes inovações dos últimos vinte anos na Itália foi o advento da empresa social, apontada por ele como um instrumento poderoso para “promover protagonistas das realidades marginalizadas ou excluídas, com vantagens para todos”.

A empresa social, explicou Bruni, possibilita a inclusão de frações sociais excluídas do sistema produtivo, como pessoas portadoras de deficiências, e esta inclusão traz desenvolvimento.

“Hoje, o termo ‘empresa social’ é compreendido num sentido mais amplo – prosseguiu. Não é usado apenas para descrever as cooperativas, mas qualquer empreendimento que contribua para o bem comum ao colocar a pessoa humana no centro”.

“Ora, a pessoa, como se sabe, não se reduz ao indivíduo – sublinhou o professor. O indivíduo é ele em si mesmo; constitui um conceito que destaca a individualidade em relação à comunidade. A pessoa, por sua vez, é ela mesma apenas em relação aos demais. Dessa forma, quando falamos em ‘colocar a pessoa no centro’, imediatamente nos referimos à dimensão das relações”.

“O ser humano floresce quando inserido num âmbito de relações significativas, também quando trabalha, produz e consome – disse ainda. Por essa razão, quando um empreendimento reconhece esta dimensão das relações inter-pessoais, seja da própria empresa como da economia, coloca a pessoa no centro”.

Para o prof. Bruni, é importante que também os sindicatos se adaptem a estas inovações: “(Os Sindicatos) devem também assumir uma postura inovadora. Protegendo toda a grande herança do último século, deve entender que a economia globalizada é algo verdadeiramente novo”.

“A visão de classe, sobre a qual foi construída tanta democracia e trouxe tantas contribuições de civilidade”, deve ceder também espaço “a uma idéia de sindicato que dialoga com a mpresa e busca interpretar o momento atual”, disse Bruni.

Falando em seguida sobre um modelo de empresa para o futuro, capaz de conjugar as necessidades locais com o processo de globalização, o docente indicou a necessidade de “conjugar economia e cidade. Estamos convencido que voltando atrás – mas não de forma nostálgica ou conservadora – para resgatar uma tradição cristã e humanista, católica e também laica, podemos conceber uma ideia de empresa e de empreendedor capazes de gerir as complexidades contemporâneas e superar a crise”.

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