VATICANO, 15 Abr. 15 / 03:38 pm (ACI/EWTN Noticias).-
A
criação do homem e da mulher, com o sacramento do matrimônio, são “um
maravilhoso dom que Deus instituiu à humanidade”. Este foi o tema da
mais recente catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta
quarta-feira,15, na Praça de São Pedro, à que compareceram milhares de
fiéis.
Antes de começar o seu discurso, o Papa explicou que “esta catequese e a
próxima serão sobre a diferença e a complementariedade entre o homem e a
mulher, que estão no vértice da criação divina; as duas catequeses que
seguirão depois serão sobre outros temas do Matrimônio”.
Durante a sua explicação, o Papa Francisco denunciou a ideologia de
gênero ou teoria do gênero e mostrou uma série de preocupações que se
derivam dela. Pedindo a todos os fiéis e principalmente às famílias que
mostrem a beleza da aliança entre o homem e a mulher, animou a vivê-la
“para o bem”.
O Papa começou recordando o Livro da Gênesis, onde lemos que Deus,
depois de ter criado o universo inteiro, “criou o ser humano à sua
imagem: criou-os homem e mulher.”
Francisco sublinhou que “a diferença sexual está presente em muitas formas de vida.
Não só o homem e nem só a mulher são imagem de Deus, mas ambos, como
casal, são imagem de Deus Criador. “Isto nos diz que não só o homem
tomou em si a imagem de Deus, não só a mulher tomou em si a imagem de
Deus, mas também o homem e a mulher, como casal, são imagem de Deus”.
Portanto, a diferença entre eles tem em vista a comunhão e a geração, e
não a contraposição nem a subordinação. “Somos feitos para ouvir-nos e
ajudar-nos reciprocamente. Sem esse enriquecimento recíproco, não se
pode entender profundamente o que significa ser homem e mulher”, disse o
Papa.
Continuando, disse que “a cultura moderna e contemporânea abriu novos
espaços, novas liberdades e novas profundidades para o enriquecimento da
compreensão destas diferenças”, mas denunciou que “introduziu também
muitas dúvidas e muito ceticismo”.
Depois enumerou uma série de exemplos: “Pergunto-me, por exemplo, se a
chamada teoria do gênero não é expressão de uma frustração e resignação,
com a finalidade de cancelar a diferença sexual por não saber mais como
lidar com ela. Neste caso, corremos o risco de retroceder”, alertou.
“A eliminação da diferença, com efeito, é um problema, não uma solução.
Para resolver seus problemas de relação, o homem e a mulher devem
dialogar mais, escutando-se, conhecendo-se e amando-se mais”.
Aliás “devem tratar-se com respeito e colaborar com a amizade”. E “com
estas bases humanas, sustentadas pela graça de Deus, é possível projetar
a união matrimonial e familiar que dure para a vida inteira”. “A união
matrimonial e familiar é algo sério, não só para os cristãos, é para
todos”, assinalou.
Nesse sentido, exortou os intelectuais a que “não abandonem este tema,
como se fosse algo secundário pelo empenho em favor de uma sociedade
mais livre e justa”.
“Deus confiou a terra à aliança do homem e da mulher: a falência desta
aliança gera a aridez dos afetos no mundo e obscurece o céu da
esperança”.
“Os sinais são visíveis e preocupantes”, disse, indicando duas reflexões que merecem atenção:
A primeira, relacionada à importância da mulher e seu papel na
sociedade. Sobre isto manifestou que “sem dúvida devemos fazer muito
mais a favor da mulher, se queremos dar mais força à reciprocidade entre
homens e mulheres. É necessário, de fato, que a mulher não seja somente
mais ouvida, mas que a sua voz tenha um peso real, uma autoridade
reconhecida na sociedade e na Igreja.
O Pontífice citou como exemplo o modo como Jesus no Evangelho considerou
as mulheres num período em que eram relegadas a segundo plano: “Em um
contexto menos favorável que o nosso, manda uma luz potente, que ilumina
um caminho que leva longe, do qual percorremos somente uma parte”,
trata-se pois “de um caminho a percorrer-se com mais criatividade e mais
audácia”.
A segunda reflexão diz respeito ao tema do homem e da mulher criados à
imagem de Deus. “Me pergunto se a crise de confiança coletiva em Deus
não estaria relacionada à crise da aliança entre homem e mulher, já que a
comunhão com Deus está intimamente ligada à comunhão do casal humano.”
O Pontífice esclareceu que a Escritura “nos diz que a comunhão com Deus
se comprova na comunhão do casal humano e que a perda da confiança no
Pai celeste gera divisão e conflito entre o homem e a mulher”.
Eis então a grande responsabilidade da Igreja e de todos os fiéis e das
famílias cristãs para redescobrir a beleza do projeto criador que grava a
imagem de Deus também na aliança entre o homem e a mulher”.
O Papa concluiu dizendo que “a terra enche-se de harmonia e confiança
quando a aliança entre o homem e a mulher é vivida no bem. Jesus nos
encoraja explicitamente ao testemunho desta beleza, que é a imagem de
Deus”, concluiu o Papa.
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