Nota do porta-voz vaticano nega freio a investigações de abusos sexuais em menores

Fonte: Verbonet
Cidade do Vaticano
, 09 mar (SIR) - O porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, negou em comunicado que a Igreja Católica esteja a colocar obstáculos às investigações de abusos sexuais a menores em vários países da Europa Central. Para o sacerdote jesuíta, as Conferências Episcopais da Alemanha, Áustria e Holanda, entre outras entidades eclesiais, “responderam à manifestação do problema com rapidez e determinação”. A ministra da Justiça alemã acusou ontem o Vaticano de bloquear as investigações de abusos sexuais a menores. “Em muitas escolas e instituições houve uma espécie de muro de silêncio, que impediu que as informações chegassem à Justiça”, disse Sabine Leutheusser-Schnarrenberger em entrevista à rádio "Deutschlandfunk". Falando da “gravíssima questão dos abusos sexuais de menores” em instituições administradas pela Igreja, o Pe. Lombardi diz que têm sido dadas provas de “vontade e transparência”. Estes gestos, sublinha o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, “aceleraram de alguma forma a expressão do problema, convidando as vítimas a falar quando se tratava de casos sucedidos há mais tempo”. Para o Vaticano, “o ponto de partida correto é o reconhecimento do que aconteceu e a preocupação com as vítimas e as consequências dos atos perpetrados contra elas”, procurando que no futuro “não se repitam estes fatos gravíssimos”. Após os casos acontecidos na Irlanda, com os quais o Papa mostrou a sua preocupação junto do respectivo episcopado, a nota do Vaticano sublinha que o direito canônico tem “procedimentos judiciais e penais” próprios para estas situações. Neste contexto, é citada a Carta "De delictis gravioribus" de 2001, assinada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, que o Pe. Lombardi diz ter sido “um sinal decisivo para recordar ao episcopado a gravidade do problema”. A nota divulgada esta terça-feira conclui com votos de se façam “todos os possíveis” para proteger melhor os jovens e crianças “na Igreja e na sociedade” e de que se verifique uma “purificação da própria Igreja”. “As pessoas objetivas e informadas sabem que a questão é muito mais ampla. Centrar as acusações apenas na Igreja leva a distorcer a perspectiva”, indica o porta-voz do Vaticano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário