“O que mais toca o coração de Deus é a nossa perseverança, porque ela é a prova da verdadeira fé que nunca esmorece”
Muitas mulheres estão sofrendo neste momento porque elas amam a Deus,
querem viver de acordo com suas leis, mas os seus maridos estão longe
de tudo isso. É uma multidão de mulheres nesta situação. Tudo porque o
coração da mulher é mais sensível e delicado do que o do homem, é muito
mais voltado para Deus, muito mais apto a acolher o seu amor e a ele se
entregar.
É raro ver uma mulher sem fé, e ao mesmo tempo é algo muito triste porque é uma violência à sua natureza feminina e materna.
Muitas mulheres de Deus vivem um grande drama: “o meu marido não se
converte!” Já ouvi muitas vezes esta lamentação: “Já fiz de tudo; mas
ele não vem para Deus, não vai para a igreja comigo, não se confessa,
não vai ao grupo de oração e ainda quer me proibir de ir; impede-me de
ver a TV Canção Nova e de trabalhar na igreja”.
Sei que o contrário também ocorre; há homens engajados na igreja, mas
cujas esposas não os acompanham; mas isto acontece bem menos.
O que fazer?
Antes de tudo é preciso calma e paciência; não se desesperar e não
desanimar; isto seria o pior; é tudo que o demônio gostaria que você
fizesse; assim ele veria com alegria você abandonar a cruz à beira da
estrada.
Saiba que esta cruz é parte do seu casamento; faz parte da missão que
Deus lhe deu, de fazer este homem crescer na fé e se salvar. Deus o deu
no dia do matrimônio para que você o construísse a cada dia, com sua
paciência, oração, fé, lágrimas, sacrifícios e tudo o mais.
A “Ordem do casamento” – como disse Jacques de Vitry na Idade Média –
“é uma Ordem cujos estatutos datam do início da humanidade”. Roberto de
Sorbon, o auxiliar de São Luiz IX que fundou a célebre Sorbonne,
chamava o casamento de “a Ordem sagrada” (“sacer ordo”).
Quando Deus confia um homem a uma mulher, e vice- versa, espera que
este o devolva melhor um dia. Então, coragem. Assuma a sua cruz! Não a
arraste de má vontade; você não teria méritos diante de Deus. Não a
rejeite e nem a lance fora do caminho; ela te santificará e dará sentido
profundo ao seu casamento. Ame esta cruz, para poder encontrar nela a
salvação.
Não brigue com seu esposo por causa de Deus; Ele tem o seu tempo de
agir porque respeita a liberdade do homem, sem o quê ele não seria Sua
imagem e semelhança.
Deus sabe esperar “a hora da graça” agir, então você tem que esperar
também; “sofre as demoras de Deus” (Eclo 2,3). Não o resista; não o
afronte; espere a graça de Deus mexer a sua alma… Seja-lhe dócil; ame-o
de todo o coração; conquiste-o para você, para depois, conquistá-lo para
Deus.
Reze constantemente por ele, sem jamais desanimar. Esta é a ordem do
Senhor: “É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc
18,1).
“Mas, até quando eu terei de rezar pela conversão do meu marido? Eu já estou cansada…!”.
A resposta é: sempre! Até que a morte os separe; até que você cumpra
até o último dia de sua vida a promessa que fez no altar de amá-lo na
tristeza e na alegria, na saúde e na doença…, amando-o e respeitando-o
todos os dias de sua vida.
O que mais toca o coração de Deus é a nossa perseverança, porque ela é
a prova da verdadeira fé que nunca esmorece; por isso Jesus disse que:
“Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24,13). Note que Jesus
diz “até o fim”; a perseverança é para sempre. Lutar é mais importante
para Deus do que vencer.
Lembro
aqui a história maravilhosa da grande cristã Elizabeth Leseur que viveu
por volta de 1900. Era uma francesa culta e fervorosa, amiga das artes,
das letras, da filosofia, etc., casada com um homem culto e destacado
na sociedade francesa; mas ateu, que não acompanhava a fé de Elizabeth.
Era o famoso Sr. Marie – Albert Leseur.
A vida inteira Elizabeth rezou e se imolou pela conversão de seu
esposo; o acompanhava nos mais altos eventos sociais onde Deus estava
ausente, e sua alma chorava em silêncio e oblação a Deus; até que um
dia ela veio a falecer sem ver o marido se converter.
Mas eis que Elizabeth tinha escrito um Diário Espiritual; e, um belo
dia o seu esposo o encontrou depois de sua morte, e o leu com interesse.
Foi o suficiente para que ele se convertesse profundamente.
Ao ler aquelas páginas cheias de fé e de sofrimento oferecido a Deus
diariamente, aquele homem foi tocado profundamente e percebeu que vivera
ao lado de um anjo sem notar a sua presença. Agora derramava lágrimas
de tristeza por não ter vivido aquela fé maravilhosa ao lado da esposa
falecida.
Sua conversão foi tão profunda que deixou o mundo, abandonou as
esferas sociais onde era exaltado e se fez dominicano; Frei Marie-Albert
Leseur.
Do céu Elizabeth converteu o seu Albert. Depois ele publicou: “A Vida
de Elizabeth Leseur” (Irmãos Pongetti editores, Rio de Janeiro, 7ª
edição, 1931). Toda mulher que sofre esta dor deveria ler esta obra.
Veja você mulher, que ainda não viu seu marido convertido, Elizabeth o
converteu para Deus depois da morte. E não é isto o que importa?
Portanto, jamais desanime; jamais se canse, jamais desista desta
missão que Deus lhe deu de salvar este homem. Talvez seja você a única
criatura neste mundo que possa ajudar a Deus a trazê-lo para Si. E esta
será a sua maior obra neste mundo.
Prof. Felipe Aquino
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